domingo, 29 de novembro de 2009

a gata

os termos dados
a invasão da mente
quando estagnado
reduz de repente
quem mente, vá em frente

dos tempos a imaginar
curvas e insinuações
todas as sensações
por completo seu corpo
ainda sou muito tolo

que recai seu pensar, um silêncio
escuto o vento soprar aos meus ouvidos
ressacar para o embaço minha visão
pelos teus trocadilhos
pelo meu tesão

teus interesses convergem
és agora um tanto mais à mais
hoje pensa o que não faz
disposta a suportar as dores
a não alterar os fatores

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

dado e tomado

te vejo como quero
no passo que te peço
te deixo só, fico solto
viro meus olhos
me concentro noutro

assuntos permanecem
estudos que florescem
o labirinto de sua certeza
os nossos jogos
me fornece sua fraqueza

e volta galopante
te meço um instante
dizes e o que diz
são seus focos
quem pediu logo quis

entendeu certo
mas ei de mentir
há alguém boquiaberto
novamente lhe convenci
fazer teus gostos tão duvidosos
convença-te a ti será do meu ócio

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

diante sono

me rasga a face
frente ao espelho
despojado calafrio
lhe vejo de joelhos

incômodos dizeres
presença temporária
tenho o que quero
não lhe tenho mais graça

da janela que olhas
o que queres ver
tudo que tens
todos irei ter

troque essas cordas
dê-me para afinar
lhe deixo a dormir
para a melodia tocar

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

o teu receio

ler calado os teus brados
a brisa noturna reparo
importuno meus desejos
buscam formas de longe
como ofender teu nome

o que dizemos
nem sempre é
o que pensamos

mas o que pensamos
é sempre o que
queremos dizer

domingo, 27 de setembro de 2009

reflexões e dúvidas

até que esteja despida
e cubra-se novamente
frente aos meus olhos
maquiavélicos e dramáticos

descontos sobre a vida
reticência permanente
cansados e expostos
me enganar é o trato

o teu céu desaba sobre si
fala de coisas que fiz
atrás está a sombra do giz
a intenção do que você sempre quis

rende-se na capacidade
gosta de mentir e ouvi-lás
o jogo de sua serenidade
convenço-te com suas palavras

terça-feira, 15 de setembro de 2009

enganos preocupados

é de um ar infantil
inocência que resume às falas
te busco o nome nas nuvens
diga-me quais são suas palavras

não lhe deixo ir, mas vai
lembro de ter visto semelhante
chore a mim essas lágrimas
deixe que dure ao menos o instante

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

não tem mais volta

o tempo atrás do tempo
ponteiros na corrida do desespero
o tempo do folêgo ao mergulhar
obter, receber, devolver, conquistar

do mero abraço que encerra a solidão
muita riqueza, vem junto com muita decepção
um beijo na boca, na testa, outro no nariz
revela o gesto tudo o que não se diz

o teu silêncio quer me perturbar
minhas brincadeiras para lhe menosprezar
teu tom seco feito ar de verão
me biliscou, num sonho lá no sertão

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

o seu stresse

e é divertido para ti
já que sempre estou aqui
para brilhar os olhos na escuridão
quando lhe digo o simples "oi paixão"

um suspirar de leve sorriso
de um momento com poucos motivos
atordoada em não sentir
algo que lhe faça sorrir

o teus dias ruins esquecidos
mensagens que o estão diluindo
logo então pensas a cada hora
e é por isso que não irá embora

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

não me importo

me atinja feito alvo
com a força de todo esse seu calibre pesado
a imagem de teu beijo
estou triste por você não ser mais o mesmo

esta alma ainda está
encarnada no mesmo corpo que de costume
em quais vias foi resultar
esse sentimento que pelo meu nome a pune?

meu silêncio
qual deles
o completo
ou as vezes

o tanto que quer
só o que sei, o que posso
num mundo onde se pode ter tudo o que puder
só quero levar o que ao passar será ainda nosso

sexta-feira, 31 de julho de 2009

irônica palavra

porque nada expressa a verdade
e molda o amor como ele
sua fúria, ira, dizeres, o ataque
brotando bem de dentro dele

ficar perto de mim é pouco para você
deseja avançar, em direção do seu porquê
quer estar dentro, consumir, corpo e carne
o cheiro, sabor, praticar tudo que sabe

do ínicio, sua ironia, minhas palavras
lhe aponto se necessário suas falhas
mas de mim nada conseguirá esconder
seu corpo obedece ao meu querer

vulgar
tudo que lhe é lógico
sentimento
tudo vem de seu ódio

teu sexo anal

curiosidades sobre o teu sexo
bato nessa tecla, me diga eu peço
pervercidade que não me parecia
admirei pois nunca imaginaria

aparências servem para enganar
limito-me a muito fazer, pouco a falar
desobedeço o ensimentos de valor a carne
corto-lhe o coração, me peça que pare

lhe tenho vulgaridades, gosto, é bom
preceito de ruim, gemidos em teu tom
serás aos meus olhos o que creio ser
banal, vulgar, sensual, deixe-me ver

a carne que morre e apodrece
o seu traço que logo se esquece
já o tal sentimento guardamos com nós
pois esse nunca nos deixará a sós

quarta-feira, 29 de julho de 2009

abraço

corpos quentes, colado um n'outro
sentindo todas as nuances do corpo
os seios teus tocam firmes meu peito
de encontro esbarra num gostoso aperto

pelo meu tórax a sua expansão
pescoços entrelaçando-se a união
minhas mão curvam insinuantemente
pelas curvas de sua cintura

tocando a primeira vértebra de sua coluna
o frio escalando em seu querer
imaginando o que essas mãos irão fazer
o seu desejo não é um mistério

ao mesmo tempo do "não quero"
enquanto meu corpo aquece o seu
no ataque do seu aquece o meu

fruto da sua imaginação
arrepio de sua sensação
lhe traz junto a tranquilidade
pode lhe encher de tesão

aproveite, não tome cuidado
um abraço

sexta-feira, 24 de julho de 2009

você lá, eu aqui

nada definido, sempre em mudança... me dê um pouco de sua voz!
essa distância corta meu coração e atiça minha alma... porquê?
me incomoda ter essa falsa esperança... acompanhado de nós!
saber que aí está e me olha mas não me fala... a quem querer?

insistente que sou
todo a mim povoou
do pouco que sobrou
pensarei é o que me restou

desgastado com suas mentiras
flagelos que fingi ter
me vê as escondidas, tens o prazer
de me ver sofrer, inrrustidas
não lhe digo o que gostas de saber

quarta-feira, 22 de julho de 2009

cadeia

não me vendas
desculpe este meu comportamento estranho
volto ao assunto que não atentas
deixe-me ser digno desse ledo engano

deixa-me menina?
permita que possamos sim gostar
ter de tu teus pesares menina!
peço-te que me possa confiar

mesmo que não te confies
não me afirmes nunca
e já que não pediras
talvez o tempo muda

deixa-me menina?
saborear sua palavra aberta
dê-me menina?
o ingresso dessa tragédia

segunda-feira, 20 de julho de 2009

essa distância

me faça rir, ver-te a face
não posso, em plano papel
arrasador, corta-me quase
faz-me ser um tanto cruel

lhe presenteio dúvidas
dos fatos questões dúbias
ter respostas tão lúcidas
à distância que encurtas

não são pois tão curtas
que meu peito não possa cortar
me enfeitiça como bruxas
conseguiria tu assim suportar?

brilha ao seus olhos o jogo
que gostas de jogar
ve sim é algo que lhe mostra novo
que lhe deixa por empolgar

tédio, vazio do peito, esperança
as lágrimas que então escorrem
não padece toda aquela chama
dos que de sagacidade não desfrutem

terça-feira, 14 de julho de 2009

a fada

sua face descoberta
ainda por ser descoberta
num mantro misterioso
esconder de quem peça

não há mistério num rosto não revelado
que um olhar não possa superar
já que não tenha ainda se aproximado
para aos ouvidos me soprar

te afirmo perguntas
querendo convicção
se não tem as muitas
conte-me o pouco então

alumiante a sua face
cravada em papel
faço o que é de praxe
mostro primeiro o céu

do que possa me interessar
uma boca, um olhar
dos que posso ter
teu corpo? o tempo dirá mais o quê

quarta-feira, 8 de julho de 2009

cobertor gelado

mórbido, porém não sórdido
não viável para as vias nasais
o cheiro de vingança, puro ódio
não mais abençoado que meros seres irracionais

frio, alfineta fina pele
acomodando presença de quem me tocas
que me julga quando de costas
o que sobra, quem tocou não esquece

quarta-feira, 24 de junho de 2009

o seu teste

não questione meu cíume
pois adoro brincar com vosso sentimento
o calor no rosto vai ao cume
penso para realizar no tal momento

esconder é muito fácil e um tanto difícil
nem sempre tremula o corpo sensível
as palavras podem não cozinhar
mesmo com o pensmento fervendo
olho no olho está sempre atento
seria descoberto mesmo não querendo

quarta-feira, 17 de junho de 2009

os trâmites pesados

somente verdades que meus olhos me contam
aos caminhos de fatos que não lhe correspondem
na arena das opniões a guerra de filosofias
quais são as verdades que sobreporão minhas mentiras

quinta-feira, 28 de maio de 2009

foi, será

tempo, de tempos em tempos
resultados absolutos resultantes de fatos
puros assim, feito de momentos
de todos tudo, certos e errados

o passado é a forma que molda o presente
o que somos, o que seremos
rejeitar o passado é violentar o presente
a essência do ser, tudo que vivemos

fugir do passado cria medo do futuro
isolar-se, permanecer calado
o medo do passado consome sua identidade no futuro
agora é estar, amanhã será estado

seremos no futuro o que somos num presente construído no passado
crianças, homens, velhos; acumulo de relatos

segunda-feira, 11 de maio de 2009

para ti provocar

"a é" o quê
se conformas então
que quantidade é superior
pois não concordo
se não te contentas com "um único" beijo
que padeças na lembrança eterna da mágoa
mas não irei criticar o seu jeito
tudo passa e vai-se feito a límpida água
à aquele que nem se para pensante
e prefere nunca ao menor instante

e depois do silêncio contínuo
me reclamas por estar nesse joguinho
mas não, sou convicto de minha sinceridade
diz tudo bem, mais nada a declarar, sobriedade

terça-feira, 5 de maio de 2009

cínclise dos fatos

a essência da vida é o caos
a vida passa enquanto sopra
anda a caminhos diferentes e tromba
se alimenta e conta, dias para estar morta

o fluxo da vida pede morte
drogada pelo efeito de suas façanhas
no corpo podre morrem os atos
em escritos e fatos, vivem as lembranças

a partida traz o novo espaço
necessário para cultivar a carne
na medíocridade da evolução
o reles tem sua vazão, toda conformidade

é de caos que se vive e mantém
num fluxo prestes a ser quebrado se tem
solo infértil para a nova semente
o nunca para o antes, o sempre para à frente

sexta-feira, 1 de maio de 2009

cinza e fechado

deste contraste, tempo azulado
sobre saudade, quase amargo
nada definido, sempre "mais ou menos"
um céu perdido, a visão em meros

intimamente ligado ao viés da mortandade
no risco para esperança é a vaidade
não fulgente como é a face de uma criança
feliz; gélida será por sua casualidade

próximo já, mas não extremo
e perceberá, mais em comum que penso
primeira pessoa, tome para si
que outrora fora, mas não mais aqui

nos dias que não saberá como prever
vive o que verá e passas pelo que lê
cinzas e brisas que não teremos mais lá
nosso lar; nossa estação; não há porquê

segunda-feira, 6 de abril de 2009

brisa que canto

essa melódica chuva
que cai abençoando meu lar
com harmonia toda sua
boa pra ver, boa para namorar

os estrondos dos acordes
raios que partem do solo
lavando com seus dotes
outono, somente o ensaio

tremores em tambores
captados pelos pés
a brasa que toca a pele
sempre gélida, como és

espatifa o concreto e miúdos
a onomatopeia canta
de tão lindo absurdo
rupia pelos, gela barriga, espanta

quarta-feira, 11 de março de 2009

Sobras de palavras

o que escrevi, foram apenas palavras
pedidos faço aos que estão do meu lado
se é melhor ou pior, isso será visto no final
o que vivo não fica naquele nem naquilo, eu guardo comigo

leio tudo e li, enquanto desço as escadas
com mão ao ombro para ser sempre guiado
de resto é somente dó, fluindo perverso do tal
o que tenho não fica aqui nem lá, eu levo para o meu lar

terça-feira, 3 de março de 2009

Sem plumas

um par, em ambos os lados
de plástico, o paraquedas
falar, um limite para saltos
é sarcástico, criando idéias

vejo o fato por fotos, sorrisos estampados
em grupos ou solos, apenas fabricados
diversão para os ditos alucinados
o perigo com todos os seus cuidados

ironia imaginar queda sem volta
nunca será como o pássaro e suas asas
bicando ao chão, de olho as costas
volta ao voo com a vítima nas garras

feroz, nascido para matar, para morrer
dando as voltas tenta-se imitar a imperfeição
a sós, la do alto planando, querendo viver
o constragimento é nosso, não da condição

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

escorre pelo meu peito

não sei como lhe referir gratidão
não conheço forma para falar
talvez não saber como explicar
é o castigo que merece o coração

desce suave por todo peito
com um peso de se espantar
o desejo de poder conquistar
descanso no calor de seus seios

embebido em nostalgia
com raizes de carinho
fui provar dessa malícia
mas esse sabor me vicia

deixe... então
como... está
pois... senão
alguém vai se machucar

não sei como lhe agradecer
fui ler de poetas que falaram
a palavra difícil de se entender
não como seus atos que me conquistaram

aflito fico quieto por aqui
invento desculpas para não lhe chamar
enquanto o amargo corta a garganta
sua doce voz não quero escutar

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

o beijo

boca
saliva
o meu desejo
o seu sabor
peço-te que parta e deseje voltar
ao conforto do encontro com o teor do quem
fique por lá
venha em minha direção
boca
saliva

sábado, 7 de fevereiro de 2009

e a saudade?

aquela que bate ao peito
diretamente no interno
ou mesmo que sem jeito
atento ao poder alheio

sempre cúmplice da distância
mas não porque quero
o ato de mais pura relevância
derivado de minha ignorância

toda assistida pela esperança
em pose de foto num terno
finjo estar então na elegância
"sinhôzin", mantenha-me na tolerância

pois pulsa sim o que não esbravejo
sinto que na veia passa reto
acumulando sujeira em meus anseios
sou escravo da saudade, e sem medo

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

pré-definido

que me foi dado o epíteto, refletor da verdade
descomunal supremacia caída em calamidade
afaste-se da sua fantasia num íntegro palpite
para nossa felicidade a sim quem abdique

de todas as partidas a menos brutal
a única em que sorrisos e mãos não disseram tchau
fator literal
não se encontrará mais em verso formal

veio a calhar
múrmurios de ressentimentos a guardar
subtraindo olhares oportunos e curiosos
tragos pelo mimo é lógico

fecham sim as nuvens minha visão
lembro de ter dito sobre tal situação
compartilhar tudo o que é bom
a textura, a cor, o cheiro, e o seu som

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

filho do sagrado povo santo

filho de orixá que use seu poder
reserve glória a oxalá se criador
reserve honra a exu seu protetor
se jogue na lama em honra a olorum

senhor dos senhores o único ser
piedoso e glorioso em total essência
muito mais além é sua regência
sem definições para um qualquer algum

representado pelo nada e tudo
para os que são parte dele serão
parte o merecedor de sua benção
mas nem sequer tente imaginar

de longe presente não há seu culto
somente reconheça e curve-se ao seu rei
supremo por sua benevolência como serei
até o calor de sua mão exu à de me guiar