quinta-feira, 28 de maio de 2009

foi, será

tempo, de tempos em tempos
resultados absolutos resultantes de fatos
puros assim, feito de momentos
de todos tudo, certos e errados

o passado é a forma que molda o presente
o que somos, o que seremos
rejeitar o passado é violentar o presente
a essência do ser, tudo que vivemos

fugir do passado cria medo do futuro
isolar-se, permanecer calado
o medo do passado consome sua identidade no futuro
agora é estar, amanhã será estado

seremos no futuro o que somos num presente construído no passado
crianças, homens, velhos; acumulo de relatos

segunda-feira, 11 de maio de 2009

para ti provocar

"a é" o quê
se conformas então
que quantidade é superior
pois não concordo
se não te contentas com "um único" beijo
que padeças na lembrança eterna da mágoa
mas não irei criticar o seu jeito
tudo passa e vai-se feito a límpida água
à aquele que nem se para pensante
e prefere nunca ao menor instante

e depois do silêncio contínuo
me reclamas por estar nesse joguinho
mas não, sou convicto de minha sinceridade
diz tudo bem, mais nada a declarar, sobriedade

terça-feira, 5 de maio de 2009

cínclise dos fatos

a essência da vida é o caos
a vida passa enquanto sopra
anda a caminhos diferentes e tromba
se alimenta e conta, dias para estar morta

o fluxo da vida pede morte
drogada pelo efeito de suas façanhas
no corpo podre morrem os atos
em escritos e fatos, vivem as lembranças

a partida traz o novo espaço
necessário para cultivar a carne
na medíocridade da evolução
o reles tem sua vazão, toda conformidade

é de caos que se vive e mantém
num fluxo prestes a ser quebrado se tem
solo infértil para a nova semente
o nunca para o antes, o sempre para à frente

sexta-feira, 1 de maio de 2009

cinza e fechado

deste contraste, tempo azulado
sobre saudade, quase amargo
nada definido, sempre "mais ou menos"
um céu perdido, a visão em meros

intimamente ligado ao viés da mortandade
no risco para esperança é a vaidade
não fulgente como é a face de uma criança
feliz; gélida será por sua casualidade

próximo já, mas não extremo
e perceberá, mais em comum que penso
primeira pessoa, tome para si
que outrora fora, mas não mais aqui

nos dias que não saberá como prever
vive o que verá e passas pelo que lê
cinzas e brisas que não teremos mais lá
nosso lar; nossa estação; não há porquê